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História da Tigresa
(Cia Destemperados Teatro)
TEATRO ADULTO
De 19/04 até 12/05 (sextas, sábados e domingos)
Horário: 20h
Local: Sala Carlos Carvalho – Casa de Cultura Mário Quintana
Classificação indicativa: 12 anos
INGRESSOS:
R$ 10,00 meia entrada (classe artística, clube do assinante ZH, idosos e estudantes)
R$ 16,00 clientes Banrisul
R$ 20,00 inteira

História da Tigresa - Crítica de Rodrigo Monteiro


A Tragédia Grega do Stand Up Comedy (e de qualquer gênero teatral) 

Crítica sobre o espetáculo "História da Tigresa" por Rodrigo Monteiro


Escrito pelo Nobel de Literatura (1997), o italiano Dario Fo (1926), Storia della tigre e altre storie (The tale of Tiger / La historia del tigre) é, quem diria, a tragédia grega do Stand Up Comedy. E o primeiro trabalho da Companhia Teatral Destemperados. Escrito em 1978 e apresentado nos anos seguintes pelo próprio autor, consiste num monólogo em que o Contador conta uma história de quando, como ainda um soldado chinês, distanciou-se de sua tropa por diversos motivos alheios a sua vontade e viu-se totalmente abandonado à sorte. Depois de muito sofrer as intempéries do tempo e do espaço (tempestades, avalanches, montanhas...), encontra abrigo numa caverna em meio a uma enorme Tigresa e seu filhote. Prestes a morrer pelo excesso de leite materno, a Tigresa é salva pelo soldado que mama. Por sua vez, a Tigresa, com sua saliva milagrosa, salva também o soldado vítima de gangrena devido às anteriores adversidades. A narrativa evolui a um terceiro ato em que, na história e no ato de narrar, há espaço para a exploração da relação entre os animais e os seres humanos, os valores em período de guerra, o entendimento sobre si e sua relação com o outro. O jeito de contar essa história poderia ser, em se tratando apenas de teatro, realista (grandes cenários que abrigariam a narrativa e profundas discussões acerca dos acontecimentos), um musical (em que a Tigresa ganharia um solo e um corpo de baile), uma alegoria, uma farsa, uma comédia e assim por diante. A opção utilizada pelo autor e reconstituída pela produção dirigida por Arlete Cunha foi a de manter o ator-contador, Anderson Balheiro, livre de qualquer cenário ou adereço; com um figurino potente, mas discreto; com iluminação e maquiagem quase estritamente funcional e uma trilha sonora um pouco menos que isso. O ator está, assim, sem nenhum outro recurso que não si mesmo durante todo o tempo da narrativa. Tudo parte e se estabelece apenas da relação entre o corpo do ator e corpo de espectadores. Nada mais. (No Stand Up Comedy tradicional, há um microfone.) 

Um espetáculo produzido nos moldes de “A História da Tigresa” tem vários desafios e posso citar alguns: a história precisa ser contada do ponto de vista da ação a fim de prender a atenção do público na sucessão de ganchos que desenlaçam um dado e, ao mesmo, tempo amarra outro. O ator precisa ter excelente dicção de forma que as palavras não se percam, é preciso ritmo no contar de jeito que o tédio imanente resista a sua própria instauração, os movimentos gestuais e cinéticos precisam ser precisos e ágeis exibindo uma disposição do contador em mudar tudo a qualquer momento, outro meio de fazer a assistência não desviar o olhar. A sala em que a história é contada precisa ser confortável, permitindo ao espectador sentir prazer na mesma medida em que identifica prazer similar no ator que narra. Nem todos esses requisitos se cumprem adequadamente, mas o fato de boa parte ter atingido um bom nível faz com que “A História da Tigresa” entre no grupo dos espetáculos mais interessantes da temporada e, talvez, um dos melhores. 

O que falta? 

Balheiro não é nem tão ágil, nem tão carismático e nem tão criativo no primeiro ato, quando se situa o soltado e se explica como ele se afastou do seu grupo, como o é nos dois últimos. Felizmente, o movimento é crescente, o que causa uma boa impressão na hora de ir embora. A sucessão de atos não tem amarrações muito precisas e algumas situações se repetem mais do que o necessário. No segundo ato (quando o soldado convive com a tigresa e seu filhote), já não se tem presente boa parte do que aconteceu na abertura da história. Além disso, por concentrar-se na caverna a parte mais interessante da história, o terceiro ato (o soldado na cidade próxima à caverna) parece mais longo que os demais, mesmo que não seja. Por fim, faz calor na Sala Álvaro Moreyra e não há motivos para estarmos em formação italiana (sala dividida em dois lados: uma do ator e outra do público), o que faz a assistência encontrar barreiras na sua aproximação com o ator. 

Em cena, felizmente, fica um ator cheio de talento a exibir a técnica conquistada na sua carreira de longos anos, essa exposta de forma tranqüila e natural, simples e agradável. Também fica uma história inusitada e que faz pensar sobre as relações humanas. Sobretudo, temos aí uma produção despojada, extremamente cuidadosa nos detalhes menores: o figurino, a luz, a trilha e a maquiagem não erram um só passo além do adequado e, por isso, positivo. Para quem gosta de teatro, “A História da Tigresa” é um jeito interessante de ver como a arte nasceu e no que ela se resume, afinal, em todas as suas manifestações.

História da Tigresa - Crítica de Antônio Hohlfeldt



Dario Fo, um provocador oportuno
Crítica sobre o espetáculo "História da Tigresa" por Antônio Hohlfeldt
Texto publicado originalmente em: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=58501x

Vez por outra, textos do dramaturgo italiano Dario Fo (Prêmio Nobel de 1997) são encenados na cidade. Não é a primeira vez que História da tigresa, como aqui aparece - História do tigre, como ocorre na edição de Morte acidental de um anarquista e outras peças subversivas (Brasiliense, 1986) - é encenada na cidade. Já tivemos uma montagem anterior, interpretada por uma atriz. Agora, é sob a direção de Arlete Cunha (direção de cena de Fabio Castilhos) que o ator Anderson Balhero, lançando a Cia Destemperados Teatro, interpreta este texto verdadeiramente anárquico, desde o tema até o desenrolar do enredo, uma evidente metáfora que diverte e ao mesmo tempo denuncia.
Um jovem soldado chinês foge dos exércitos de Chiang-Kai Chek, o que pressupõe estarmos ainda na primeira metade do século XX, em plena China continental, no início da revolução de Mao-Tsé Tung. Ferido, o soldado se refugia em uma caverna onde encontra uma trigresa e um filhote. A convivência entre o homem e os animais se desenvolve espantosamente, mas o homem acaba por fugir. Ao chegar a uma aldeia, depois das desconfianças naturais, é adotado pela mesma, até que a tigresa o descobre novamente, mas é adotada pela comunidade e passa a ser sua principal arma de defesa contra... os soldados de Chian-Kai Chek.
Até aqui, tinha-se um enredo entre o surreal e o maravilhoso. É neste momento que Dario Fo faz meia-volta e envereda pela denúncia política contra o que pode a irracionalidade pseudorrevolucionária, representada pelo Partido Comunista Chinês. A peça necessita da participação da plateia, que a partir deste momento começa a ser buscada pelo ator, porque esta mesma plateia terá papel central na finalização do espetáculo.
Dario Fo é um inovador - neste caso, diria até um revolucionário - da dramaturgia convencional. Ele não poupa nada e sempre busca maneiras criativas de dizer o que pretende. Registre-se que o texto continua extremamente atual, sobretudo por sua conclusão, se relacionarmos os fatos que vêm ocorrendo no Oriente Médio, no que toca às revoltas populares contra líderes despóticos (o caso mais recente é a Líbia) e uma possível aproximação com a permanência do sistema autoritário da China. Neste sentido, a decisão de montagem deste trabalho é extremamente oportuna.
O Grupo Trilho revela um jovem ator, com muita força de vontade, sob uma dupla direção (não entendi o papel de cada diretor, mas vamos lá), exigido continuamente pela troca de tons nas falas, num espetáculo que passa do fantástico e maravilhoso – portanto, em princípio, mais poético - para o paródico - portanto, mais cômico e escrachado.
Estas mudanças, contudo, nem sempre são bem trabalhadas pelo intérprete, que começa num tom de “contador de causo” e assim prossegue ao longo de todo o espetáculo, o que termina por desvalorizar aquele momento final que seria, justamente, o mais importante, o clímax para onde o dramaturgo dirige o texto (o clímax que, para Aristóteles, deve encerrar o desfecho e a lição de toda a obra teatral) fica, assim, diminuído. O tom casuístico não é necessariamente negativo: lembremos a transposição de Guimarães Rosa para um espetáculo extraordinário vivido por Paulo Autran, em Meu tio o Iauaretê. Este mesmo texto de Dario Fo foi transformado em O caso da onça, numa “nacionalização” que certamente agradaria ao dramaturgo. Mas há que se buscar uma chave de interpretação que sempre valorize o texto e seja fiel às intenções do autor, e isso penso que ficou em meio do caminho.
Não obstante, como disse, a verve do intérprete, ainda jovem, a inteligência e a oportunidade do texto, a receptividade da participação da plateia (ao menos na noite em que assisti ao espetáculo), tudo isso faz a gente passar por cima das eventuais debilidades do espetáculo, e se divertir e pensar, ao mesmo tempo, que são os objetivos básicos do texto e da encenação. Vale, pois, conhecer-se este trabalho.

2ª Temporada do espetáculo "História da Tigresa" inicia nesta sexta-feira 19/04/2013


A Cia Destemperados Teatro estará em sua segunda temporada com o espetáculo “História da Tigresa” na Sala Carlos Carvalho, na Casa de Cultura Mário Quintana, na cidade de Porto Alegre. A temporada inicia dia 19/04 e segue com apresentações até o dia 12/05 às 20h nas sextas-feiras, sábados e domingos. Os ingressos podem ser adquiridos uma hora antes do espetáculo no local pelo valor de R$ 20,00 inteira, R$ 16,00 para clientes Banrisul e R$ 10,00 meia-entrada (classe artística, clube do assinante ZH, estudantes e idosos).
O espetáculo conta a homérica história de um soldado chinês que por motivos alheios se separa de sua tropa. Entregue a própria sorte, ele se vê obrigado a salvar o único fio de vida que lhe resta. Enfrenta tempestades, avalanches de água, escala montanhas, corre por descampados enormes, sobe encostas, até que encontra uma gruta onde pode se abrigar. Entretanto, ali também é a morada de uma tigresa e seus filhotes. Surpreendentemente ele não vira comida de tigres. Ao invés disso começa uma relação nada comum entre um homem e um animal.


Um ator, uma boa história e um palco vazio. A palavra cria cenários, imagens, instiga o espectador a acompanhar o personagem em sua incrível jornada. Um espetáculo no qual os objetos, personagens e paisagens surgem pela sugestão, pela ação - física e vocal - do ator. O espaço se transforma na relação do ator com o espectador através da palavra.
“História da Tigresa” da Cia Destemperados Teatro, teve sua estreia em 25 de março de 2011 na Sala Álvaro Moreyra, em Porto Alegre/RS. Já realizou apresentações no Rio Grande do Sul no Teatro do SESC Porto Alegre, no projeto “Estação Ferrinho”, no projeto Descentralização do 18º Festival POA em Cena, na Casa de Artes Villa Mimosa em Canoas e na 58ª Feira do Livro de Porto Alegre. Em Santa Catarina foi apresentado no Teatro do SESC em Chapecó e no Espaço Nave em Garopaba. Em 2012 o espetáculo realizou seis apresentações no Teatro Dulcina, localizado na Cinelândia no Rio de Janeiro/RJ, integrando o projeto Dulcina abraça o Sul.